Moraes mira Silas Malafaia: pastor tem passaporte e celular apreendidos em nova ofensiva do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (20) uma série de medidas cautelares contra o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e aliado histórico do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre as medidas estão a apreensão de passaportes nacionais e estrangeiros, bloqueio de aparelhos eletrônicos, quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico, além da proibição de contato com Bolsonaro e seu filho Eduardo. O religioso também foi obrigado a prestar depoimento imediato à Polícia Federal.
Contexto da investigação
Malafaia foi incluído no Inquérito 4995, que apura suposta tentativa de interferência no julgamento de Bolsonaro na Ação Penal 2.668, relacionada à acusação de tentativa de golpe de Estado. A PGR sustenta que o pastor teria atuado como orientador das ações da família Bolsonaro, validando mensagens e articulando estratégias contra ministros do Supremo.
A PF afirma ter interceptado mensagens nas quais Malafaia sugeriria pressão contra o STF, chegando a falar em “retaliações” contra ministros e suas famílias.
A operação no Galeão
A execução das medidas ocorreu no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, quando o pastor retornava de Lisboa. Conduzido pela PF, ele prestou depoimento no próprio terminal.
No mesmo dia, Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro também foram indiciados por coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Reação do pastor
Após ser alvo da operação, Malafaia reagiu com firmeza, afirmando ser “um líder religioso, não um bandido” e classificando Moraes como “criminoso” e “ditador”. O pastor declarou ainda que não se calará: “para me calar, terão que me prender”. Ele anunciou a convocação de manifestações para o 7 de setembro, em protesto contra o que considera perseguição política.
Agora, a PF tem 15 dias para apresentar um relatório parcial sobre o material apreendido, em mais um capítulo da escalada de tensões entre o Supremo e aliados de Jair Bolsonaro.
O que salta aos olhos nesse episódio é o uso cada vez mais escancarado do aparato judicial para calar vozes conservadoras e cristãs. Silas Malafaia não é bandido, é um líder religioso que há décadas prega a Palavra de Deus e defende os valores da família e da pátria. Transformá-lo em alvo de operações cinematográficas é mais uma prova de que existe, sim, uma guerra declarada contra quem ousa enfrentar o sistema. O que está em jogo não é apenas a liberdade de um pastor, mas a liberdade de todos nós, cidadãos de bem. E é por isso que Malafaia não está sozinho nessa luta.