O que o governo escondeu: FAB registra operação diplomática de cargueiro russo sancionado em Brasília

Enquanto o governo posa de “neutro” no cenário internacional, a realidade grita do pátio da Base Aérea de Brasília: um Ilyushin IL-76TD (RA-78765), operado pela Aviacon Zitotrans — empresa sancionada pelos EUA por transporte de material bélico — pousou em 10 de agosto, ficou três dias na BABR e só decolou em 13/8. Não foi escala técnica fortuita. Foi trânsito de Estado, planejado e silencioso. É isso que revela o calendário interno da própria FAB (QTM de agosto), com as anotações “DESEMB RÚSSIA — 10/8” e “EMB RÚSSIA — 13/8” — marcos operacionais que mobilizam segurança, abastecimento e logística.
No país do “tudo pode” quando convém ao Planalto, não houve registro do voo nos sistemas da ANAC, reforçando o caráter oficial. A Constituição (art. 49, II) é cristalina: cabe exclusivamente ao Congresso autorizar trânsito e permanência de forças estrangeiras. Sem essa anuência, é irregular. E o Parlamento quer respostas: quem autorizou? qual a carga? quem compunha a tripulação? Ministros têm 30 dias para explicar — ou assumir que a “soberania” virou peça de marketing.
A rota que denuncia a missão
O IL-76 saiu de Moscou (7/8), escalou Baku, Argel e Conacri e aterrissou em Brasília às 8h12 do dia 10. Depois da estada incomum de três dias — bem acima das paradas de menos de 24 horas em outros países — seguiu para Bolívia, Bogotá, Caracas e, por fim, Havana. Rota alinhada com interesses de regimes aliados de Moscou. Coincidência? O leitor sabe a resposta.
“Transparência” seletiva e a imprensa amiga
Durante os três dias, a FAB se calou. Apenas a cauda da aeronave era visível a curiosos no JK, enquanto militares repetiam o mantra: “não podemos comentar”. E, como de costume, veio a tentativa de desinformar o público: checagem da Agência Lupa confundiu callsign “AZS-1705” com matrícula e tentou descolar o avião do RA-78765 — o exato aparelho sancionado. Erro básico que “coincidentemente” alivia a barra do governo.
O contexto que o Planalto finge ignorar
Na semana seguinte, um C-32B da USAF pousou no Brasil levando diplomatas. Paralelamente, três destróieres dos EUA foram deslocados para o Caribe em operação “contranarcóticos”, elevando a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro — acusado na Justiça americana por narcoterrorismo. O senador Marco Rubio cobrou endurecimento. A Rússia é aliada militar de Caracas, e o Brasil virou corredor logístico? Se não foi, provem.
Também já houve custo diplomático: os EUA cancelaram uma conferência espacial com a FAB em julho. Some-se o desgaste após sanções a autoridades brasileiras por violações à liberdade de expressão. O sinal é claro: o alinhamento “progressista” cobra pedágio, e quem paga é o pagador de impostos.
O que está em jogo
- Soberania: o Congresso foi consultado? Se não, há violação constitucional.
- Segurança: qual carga entrou e saiu? Há hipóteses de apoio logístico a regimes hostis aos nossos interesses.
- Risco Brasil: repetir 2023 (navios iranianos no Rio com aval do governo) isola o país e assusta parceiros.
Nós, conservadores, defendemos o óbvio: respeito às Forças Armadas, lei e ordem, e interesses do Brasil em primeiro lugar — não submissão a agendas globalistas nem conivência com a militância “anti-imperialista” que transforma o Brasil em plataforma de conveniência para ditaduras amigas. Menos segredo de Estado, mais verdade ao cidadão de bem.
Quem já cobrou explicações
- Sen. Márcio Bittar (União-AC): requerimentos aos ministros da Defesa e das Relações Exteriores sobre autorização, carga e protocolos adotados.
- Dep. General Girão (PL-RN): aponta ofensa direta ao art. 49, II da Constituição.
- Dep. Nikolas Ferreira (PL-MG): REQ 342/2025 na CFFC, cobrando dados da ANAC sobre o pouso de 10/8.
- Sen. Damares Alves (PP-DF): questiona se houve desembarque e o conteúdo (há especulações de até 5 toneladas).
Conclusão
A conta chegou. O governo precisa decidir se respeita a Constituição ou se continua brincando de geopolítica com a nossa bandeira. Acorde, Brasil: exija transparência, compartilhe os fatos, pressione seus representantes. Nossa soberania não é negociável.
com base na apuração do jornalista David Agape.